Já não é novidade para os amantes de vinhos que a casta Cabernet Sauvignon é conhecida com a “Rainha das Uvas”, produzindo vinhos de altíssima qualidade e sabor. Contudo, outra casta de enorme prestígio, também originada da região de Bordeaux, conseguiu sair debaixo da sobra da Cabernet e se consolidou como uma das castas viníferas mais cultivada no mundo. A Merlot foi considerada por muito tempo somente como “a outra tinta de Bordeaux”, onde a Cabernet Sauvignon reinava absoluta. Essa percepção mudou a partir de 1980 quando começaram a surgir os vinhos vindos do Novo Mundo. A Merlot é uma uva misteriosa, sendo que seus primeiros registros oficiais somente ocorrem em 1784. Descendente da Cabernet Franc e meia irmã da Camanere e da Cabernet Sauvignon, seu nome provem de um pássaro chamado “Merle”, que costumava se deliciar com seus doces cachos.
Por não existir um consenso sobro o cultivo, o tempo de maturação e ponto ideal de colheita, a Merlot é considerada uma uva controversa. Existem duas vertentes que acreditam na colheita em períodos diferentes. A primeira, encabeçada pelo enólogo Michael Rolland, acredita que a uva deve ser colhida o mais tarde possível para concentrar os açucares e a maturação fenólica. Já a outra vertente, comandada por Christian Moueix e Jean-Claude Berrouet, alega que a colheita tardia prejudica a acidez e supervaloriza os aromas frutados, o que deixa os vinhos pesados, carnudos com relação a elegância, frescor e longevidade. Também não existe consenso quanto aos aromas e sabores típicos da Merlot. Toda essa questão gerou uma crise de identidade.
Hoje, podemos afirmar que a uva Merlot é uma casta que se apresenta em cachos. Sua cor é azul-negra-violácea. Seus bagos possuem pele mais fina com menos pigmento, tanino e menos acidez. Em contrapartida, apresenta mais açucares e, consequentemente, mais a álcool. É também mais suave, carnuda e aromática. Os aromas primários mais encontrados são de frutas pretas, herbáceos e especiarias. Quando o vinho estagia em madeira surgem novos aromas, como caramelo, baunilha, coco, bala, toffe, chocolate, café, torrefação, tostado, cedro, entre outros.
Na boca, a principal característica é a textura macia, sedosa e aveludada, com acidez e álcool equilibrados em corpo médio e taninos redondos. Os aromas de boca mais presentes são os de frutas pretas, herbáceos e algum sumo de carne. O uso de madeira pode ser benéfico. Porém muitos produtores não utilizam carvalho novo para não perder a elegância da uva. http://migre.me/50g4
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